Monday, December 26, 2016

6 x 9 = 42


Um número considerável de pessoas que leram a trilogia de cinco livros de Douglas Adams, O Guia Do Mochileiro Das Galáxias, tem a sua própria teoria acerca do número 42. Não que eu esteja obcecado com isto, mas me tenho flagrado no exercício de encontrar uma explicação plausível para o dilema, se é que há algum.


E foi assim que curiosamente percebi durante as minhas divagações ociosas que 42, que é a resposta que, na obra, um supercomputador projetado exatamente para isso encontrou para a vida, o universo e tudo mais, cuja pergunta fundamental não se sabe qual seria*, também é o número de vezes que uma folha de papel precisa ser dobrada para em função do crescimento exponencial chegar à Lua. 


Ademais, no segundo livro da trilogia, O Restaurante No Fim Do Universo, as personagens Arthur Dent e Ford Prefect encontram, por meio de um jogo de letras baralhadas nas florestas de Flintevudlevix (ou a Terra primitiva, recuada no passado dois milhões de anos e que no presente natural já não existia - fora pulverizada para dar passagem a uma autoestrada espacial), após terem visto, atônitos, um nativo formar a frase quarenta e dois com elas, a seguinte pergunta: "qual é o resultado de seis vezes nove?"


"Seis vezes nove. Quarenta e dois." - é tudo o que dizem. Não é inequívoco que eles assumem o resultado como correto. Contudo, também não o é que o assumem como errado. Alguns leitores da obra sugeriram que o cálculo fora feito pelo autor em base 13, embora o próprio pareça ter desmentido tal hipótese.


Continuei divagando até que também percebi, meio que por acidente e para meu total espanto, que o resultado de 6 vezes 9 é 54. Até aí não há nada de aparentemente intrigante. Mas e se eu disser que 54 é o resultado da soma de 1, 2, 3, 6, 7, 14 e 21...


...e que esses são exatamente os divisores próprios de 42, fazendo dele um número abundante?


No início, com a descoberta do número 42 tanto no livro como no crescimento exponencial de um papel para chegar à lua, achei que fosse apenas uma divertida coincidência. Mas com a relação do número 54 com 42 através dos seus divisores, fica muito difícil acreditar que não seja uma das muitas maluquices bizarras inventadas pela exótica genialidade de Douglas Adams. O que o terá levado a decidir-se por isso eu não sei, mas comecei a achar que talvez haja mais peças para montar nesse quebra-cabeça


Pergunto-me se alguém nesta galáxia também terá chegado a essa relação entre 42 e 54 ou se serei o único maluco.


No momento encontro-me lendo o quarto livro. Talvez ao fim dos cinco eu consiga encontrar mais algumas peças. Também é provável que não. 


Pode ser, entretanto, que já haja alguma resposta para o enigma. Se não no quarto (Até Mais, E Obrigado Pelos Peixes) ou no quinto (Praticamente Inofensiva), talvez no considerado sexto livro, escrito por Eoin Colfer e intitulado E Tem Outra Coisa, ou no Não Entre Em Pânico de Neil Gaiman, ou no blogue de algum nerd nos confins da maré virtual. 


Mas, seja como for, tomei a questão como desafio pessoal e não quero que a resposta, caso haja alguma, me caia de bandeja. Terá de ser eu a encontrá-la. Ou a não encontrá-la.




* No terceiro livro, A Vida, O Universo E Tudo Mais, a personagem Prak garante, antes de morrer, que a Pergunta e a Resposta são mutuamente excludentes e que por lógica o conhecimento de uma impede o conhecimento da outra, sendo impossível que ambas sejam conhecidas no mesmo universo.


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